História

A manifestação da resistência e existência humana nunca encontrou em um único movimento alguma forma capaz de representar tudo o que tem a ser dito e transmitir o conhecimento vivido as próximas gerações. Assim se encontra a história que antecede a consolidação do coletivo Fábrica de Música nos 30 anos de vida da casa de cultura Tainã, entidade com o objetivo de possibilitar o acesso à informação, fortalecendo a prática da cidadania e a formação da identidade cultural, visando contribuir para a formação de indivíduos conscientes e atuantes na comunidade. A ideia nasce nas aulas de violão ministradas por TC e começa a crescer com o surgimento de iniciativas como a Orquestra de Tambores de Aço e o bloco de maracatu Nação Nagô.

O estúdio Casa das Máquinas foi inaugurado em 2008 durante o I Encontro Nacional da Rede Mocambos com a construção do projeto Fábrica de Música na intenção de auxiliar artistas, comunidades e grupos culturais a registrar suas músicas em mídias livres. Um de seus pontos fundamentais é a relação direta à cultura tradicional e a retomada de vínculos da mesma com a comunidade por meio da fusão da cosmogonia afro-indígena ancestral, viva nas tradições populares e da cultura digital, visualizando a construção de um novo paradigma da ação educativa e produtiva onde o papel da comunidade e do saber popular adquira uma dimensão concreta no desenvolvimento cultural. A inauguração foi marcada pela gravação de uma composição coletiva feita com os músicos ali presentes.

De reconhecimento nacional e internacional, a Tainã serve de palco e referência para músicos do México, Chile, Angola, Moçambique, Uruguai, entre outros países na conexão afro-latina. O espaço recebe também artistas de todo o território nacional e das mais diferentes linguagens, além de circular com os projetos abarcados pela casa. Apresentou seus tambores de aço em Brasília para o até então presidente da república Luís Inácio “Lula” da Silva e para o ministro da cultura Gilberto Gil durante o recebimento do prêmio “Ordem do Mérito Cultural” em 2006; serve de referência para diversos grupos de manifestações culturais da cidade, como Jongo Dito Ribeiro e Urucungos, Puítas e Quijengues e produziu o festival multicultural itinerante “Quitutes & Batuques” no ano de 2009 em parceria com pontos de cultura de todo o país e com atrações de dentro e fora do Brasil. É uma pedra fundamental na história do desenvolvimento do maracatu no sudeste, já tendo recebido inúmeros mestres em seu território.

Estes são alguns marcos da história da Tainã, que através da arte, da cultura e da comunicação promove o fortalecimento de uma comunidade global em ações espalhadas pelo mundo.